sexta-feira, 26 de outubro de 2012

" Sem sentido”












Sabe de uma coisa...
foda-se!

Vou me livrar disso tudo,
viajar pelo mundo...
... sair andando

Só olhando, cantando e pensando em qual será a próxima parada...
... na estrada, quando encontrar de novo com o nada,
vou olhar pra trás e enxergando qualquer luz, voltarei a olhar pra frente...
com certeza haverá luz mais reluzente...

E no fim... vai ficar tudo certo, mesmo que não valha o que quero...
... basta valer o que é... já vai estar valendo a pena................



Robson Camargo
(escrito em 19/10/2012)

"... e continua a caminhada"












Me perco por ai...
em movimentos lentos, vou,
então diga lá que eu sai...
... que fui atras de quem sou...

Cabisbaixo...
não me encaixo,
em quase lugar nenhum...
... não me acho,
e vivo um dia-dia comum...

Movimentos inertes,
se é que existe isto...
... submisso,
me afasto sem sair de perto,
finjo que sou um cara esperto...
... e me aperto,
errado ou certo...
... num canto calado.

Por mais que eu tenha procurado
não sei se algo foi achado...
Tomara que tenha acabado...
... o nada,
mas não a estrada.........


Robson Camargo
(escrito em 25/12/2012)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não sou formado, não fiz a faculdade...


... então me disseram no final da entrevista:
- Mas você não tem formação, não completou a faculdade...
... não poderei te contratar!!!

respondi feliz:
- é... quando eu acabei o colegial, fui conhecer o mundo, fui saber o que era dificuldade de verdade, dormir na rua, andar a pé na cidade e pegar carona na estrada... fui conhecer loucos, os caretas e andróides... as cidades, suas histórias e mitos...  fui sentir a vida, sentir as pessoas...
O sr. já passou fome... já ficou sem ter nadinha o que comer?? - perguntei-o

- e continuei...
Na caminhada aprendi muitas coisas... nada que se aprende na faculdade, mas boas coisas...
aprendi a falar com o pescador que vive de peixe e amor...
aprendi negociar com o louco que queria me dar mais do que tinha...
aprendi a ouvir pra chegar na próxima praia... eu não sabia como ir...

aprendi que na estrada quem anda é o carro, o caminhão... o hippie não...
... o hippie estende ali o seu paninho no chão e ainda ganha algum tostão...
... se caminhar na estrada quase não vai sair do lugar, vai se cansar e nada vai ganhar.. fora que entre um passo e outro a carona pode passar...
as vezes, amigo - eu disse - é melhor ficar parado...

aprendi que pedir é necessário, que não se pode ser humano sem ter pedido algo a alguém um dia...  aprendi que educação é impagável e que palavras simples fazem mágicas...
palavras tipo, com licença, por favor e obrigado...
.. bom dia! boa tarde! boa noite!
se vierem acompanhadas de um sorriso então... podem fazer milagres...

a chuva vem pra lavar e só a escuridão pode nos mostrar as estrelas... o sol se esconde as vezes mas tu sabe que ele ta lá...
e veja bem... nem vou te falar do céu ou da natureza pra não falar por horas e horas na sua orelha...

no fim das contas, amigo, aprendi que no fim do caminho, a gente descansa... a gente aprende mesmo é na caminhada........ aprendi muitas coisas mais, mas isto não iria lhe interessar, senhor...

e diante de tudo que sei, aprendi que não sei é quase porra nenhuma...
... então, se não pode me contratar porque não tenho faculdade, tudo bem... é assim mesmo... eu entendo... vou indo e fico grato pela oportunidade!

- apertei sua mão e fui embora..................


(...)

Robson Camargo
(escrito em 24/10/2012)

domingo, 14 de outubro de 2012

"Lugar oculto”














... quero um lugar pra mim,
um lugar, tipo assim...

... onde o susto não é com a buzina,
onde se fecha os olhos e ouve o vento...
onde não tem prédio, asfalto e nem usina,
onde é possível esvaziar o pensamento...

... lugar sem medo, sem o animal humano,
onde a arvore vive, dá frutos e não é cortada...
... onde não há intervenção de nenhum tirano,
onde a natureza não é maltratada...

... onde o silencio é canto de passarinho,
onde o susto é com o latido do cão...
... lugar que quase ninguém sabe o caminho,
e naquele caminho, não passa carro, nem caminhão...

... quero um lugar pra mim,
um lugar, tipo assim...
... onde o silencio não é barulhos de cidade,
onde o silencio não é raridade...

Quero um lugar que nem sei se ainda existe...
... que triste!



Robson Camargo
(escrito em 14/10/2012)

domingo, 7 de outubro de 2012

"Cenas"








Risco no céu
e nuvens escondem o sol...
... mar vira espelho
daquele risco vermelho.

Vento bate frio...
... passa de brisa,
onda quebra no vazio...
... gaivota aterrissa.

Lua treme,
não quer fotografia...
árvores são o leme
do itinerário dia...

... em Paúba... cada cena...
dias e noites que valem a pena.................



Robson Camargo
(escrito em 30/09/2012)